sexta-feira, 21 de junho de 2013

Protesto: Fruet revê posição e anuncia passagem de ônibus a R$ 2,70. Prefeito de Curitiba cede aos apelos e diminui em R$ 0,15 o valor da tarifa na rede integrada. Não haverá corte de investimentos, garante o executivo

Prefeito Gustavo Fruet (PDT)
Curitiba- Assim como várias cidades do Brasil nos últimos dias, Curitiba cedeu à pressão popular e decidiu diminuir a tarifa do transporte coletivo – que na capital e em 13 municípios da região metropolitana passará, a partir de 1.º de julho, de R$ 2,85 para R$ 2,70. Ao contrário do que ocorreu em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde os governantes disseram que irão cortar investimentos públicos para fazer frente à redução das tarifas, Fruet afirmou que os recursos necessários para bancar a diminuição de R$ 0,15 por passagem virão do corte de publicidade para a Copa do Mundo, de mais aperto na fiscalização de impostos e de uma contribuição feita pela Câmara Municipal. Ainda assim, a redução da tarifa não foi suficiente para aplacar os protestos na cidade.
Com a diminuição de 5,3% no preço, Fruet alega que Curitiba registrou a terceira maior queda entre as capitais que baixaram a passagem. O prefeito destacou que, forçado pelo contrato de licitação feito em 2010, a redução em nada vai afetar o pagamento feito às empresas do transporte coletivo. A diminuição não chega a restabelecer o valor de R$ 2,60, que era praticado até março. O preço praticado aos domingos não será alterado e continuará em R$ 1,50.
Integrantes da Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba foram à prefeitura acompanhar as declarações do prefeito. Ao final da coletiva, eles comemoram a redução de R$ 0,15, que creditaram a um avanço em função da mobilização popular. Contudo, disseram que as manifestações irão continuar porque provaram ter força para mudar a realidade e também porque a pauta de reivindicações não foi totalmente atendida, já que querem que a tarifa volte ao preço de R$ 2,60. Fruet não considera viável chegar ao preço anterior, “que era possível só em outro momento”, sob pena de ter, sim, de cortar investimentos. “Se a população indicar de onde podemos tirar o dinheiro, isso pode acontecer”, disse.
Momento histórico
A redução anunciada ontem é a quarta já registrada em Curitiba. A primeira foi em 2003, por causa de uma queda no preço do óleo diesel. No ano seguinte, o então prefeito Cassio Taniguchi e o vice-prefeito da época, Beto Richa, se desentenderam e Richa anulou um aumento de passagem durante uma viagem de Taniguchi.
A medida teve consequências políticas e pesou para que Richa fosse eleito prefeito. Logo depois que assumiu o mandato, ele reduziu a tarifa mais uma vez. A decisão acabou gerando um passivo judicial e uma dívida que só foi parcialmente contornada em 2010, num acerto de contas durante a licitação para a escolha das empresas que fariam o transporte dos passageiros.
Prefeitura quer abrir mão de transporte metropolitano
A prefeitura de Curitiba propõe que o governo estadual assuma a responsabilidade pelas linhas metropolitanas de ônibus da Rede Integrada de Transporte (RIT). Hoje, como o sistema conta com uma tarifa única para toda a região, os usuários de Curitiba estariam subsidiando os trajetos mais longos e deficitários de cidades da região metropolitana. O secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior, informou, através da assessoria de imprensa, que vai comentar o caso hoje, depois que analisar o documento enviado pela prefeitura.O prefeito Gustavo Fruet disse que análises preliminares feitas por auditorias já apontaram irregularidades no sistema integrado. Informações não entregues pelas empresas e descumprimento de exigências de qualidade renderam notificações. Além disso, empresas de transporte teriam pago menos ISS do que deveriam. A prefeitura acredita que multas e cobranças retroativas devem render de R$ 7 milhões a R$ 8 milhões.A comissão técnica que avalia a tarifa deve concluir os estudos na quinta-feira. Entre os integrantes do grupo está Sandro da Silva, supervisor técnico do Dieese no Paraná. Ele conta que vários aspectos que podem resultar em diminuição do preço estão sendo avaliados. Sobre a redução de R$ 0,15, ele comenta que apesar do impacto não parecer muito alto – economia mensal de R$ 6,60 para quem usa o ônibus duas vezes por dia –, ele é importante para a população de baixa renda. “Para algumas pessoas, a tarifa ainda é muito cara”, comenta.- Em MAIRICKNEWS e AE

Nenhum comentário:

Postar um comentário