segunda-feira, 31 de agosto de 2020

AUTORIDADES INVESTIGAM LIGAÇÃO DE PADRE ROBSON COM POLÍTICOS DE TRINDADE, EM GOIÁS

Documentos apreendidos em operação, na última semana, apontam transações financeiras feitas pela Afipe, associação que era presidida pelo padre Robson de Oliveira, do Santuário do Divino Pai Eterno, com políticos de Trindade. O desvio seria milionário. Ao que tudo indica, os religiosos estão esquecendo que Jesus Cristo era filho de um carpinteiro, nasceu em uma manjedoura e nunca buscou ouro e nem prata.
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Padre Robson de Oliveira

Depois dos mandados de busca e apreensão e do afastamento do padre de suas funções públicas, agora as autoridades investigam negócios feitos com políticos de Trindade, em Goiás, e analisam caixas e mais caixas de documentos apreendidos na semana passada - registros de 10 anos de compra e venda de imóveis e bens, além de transações bancárias, envolvendo a Afipe, a Associação dos Filhos do Pai Eterno. Segundo os investigadores, a Afipe transferiu milhões de reais apenas para uma família de políticos de Trindade. Apenas o vice-prefeito, Gleysson Cabriny, recebeu R$ 287.500, além de mais R$ 1,6 milhão para uma de suas empresas e mais R$ 5,7 milhões para outra. Parentes dele também foram beneficiados.
Os investigadores explicam que fazer negócios com as associações do padre não é um problema em si. O problema é que, segundo o Ministério Público, muitas dessas transações com a família Cabriny geraram prejuízo financeiro ao longo de dez anos. Por exemplo: a Afipe vende uma fazenda por um valor para o pai do vice-prefeito e pouco tempo depois esse mesmo imóvel é revendido por um preço até quatro vezes maior. Em nota, os advogados da família Cabriny dizem que ela realizou inúmeros negócios com as Afipes, todos lícitos, declarados e registrados. E que, em negócios intermediados por um membro da família, as Afipes lucraram R$ 200 milhões. A nota diz ainda que o vice-prefeito Gleysson Cabriny não foi alvo de busca e apreensão, nem intimado para qualquer ato, mas está à disposição das autoridades.
A quebra dos sigilos das Afipes também mostrou repasses para o atual prefeito de Trindade, Jânio Darrot, eleito em 2016 pelo PSDB. Como pessoa física, ele recebeu quase R$ 4,5 milhões e uma empresa dele, a JCF Participações Ltda, recebeu quase R$ 9 milhões. Em nota, a defesa de Jânio afirma que o dinheiro veio da venda de um imóvel.
A assessoria do padre Robson afirma que ele não participa da política partidária e que todas as transações financeiras realizadas pela Afipe são operações legais, sempre feitas em favor da evangelização. A nota diz ainda que a defesa do padre insiste com os membros do Ministério Público para que o religioso seja ouvido, o que ainda não aconteceu. A corrupção na Afipe ( Associação dos Filhos do Pai Eterno), até então controlada pelo padre Robson, foi revelada em reportagem exclusiva do Fantástico e, agora, os desdobramentos estão vindo à tona. Sem falar que a situação do padre Robson está ficando cada vez mais insustentável na Igreja Católica. Tanto quanto aos crimes financeiros, como a seus supostos relacionamentos sexuais.

Imagem que representa o "Divino Pai Eterno"
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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

PASTOR EVERALDO, DA ASSEMBLEIA DE DEUS E QUE BATIZOU BOLSONARO NO RIO JORDÃO, É PRESO POR CORRUPÇÃO E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

O presidente do PSC (Partido Social Cristão), Pastor Everaldo, foi preso na manhã desta sexta-feira (28) por agentes da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O STJ (Superior Tribunal de Justiça), na mesma decisão afastou o governador Wilson Witzel (PSC) por irregularidades na saúde, expediu 16 mandados de prisão, sendo 6 preventivas e 11 temporárias, além de 72 de busca e apreensão. Será que a família de Jair Bolsonaro - que possui estreita relação com as milícias na capital fluminense, vai continuar mantendo a amizade com o Pastor Everaldo ou irá ignorá-lo depois dessa prisão?
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Pastor Everaldo usa a política e religião, através da "Bíblia Sagrada", para angariar poder e fortuna pessoal

Agentes da Polícia Federal estão nas ruas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra agentes públicos, políticos e empresários envolvidos no esquema de desvios na saúde liderado pelo governador Wilson Witzel, segundo a acusação, em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do grupo liderado pelo governador. Entre os alvos de prisão está o presidente do PSC, Pastor Everaldo, já preso, o advogado Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Witzel, e o médico e ex-prefeito de Volta Redonda Gothardo Lopes Netto. Com mais de 30 anos de atuação nos bastidores da política nacional, o Pastor Everaldo aprendeu a se movimentar entre partidos de direita e esquerda com desenvoltura, principalmente no Rio, seu domicílio eleitoral, onde transitou pelos governos de Leonel Brizola, Benedita da Silva, Anthony Garotinho e Sérgio Cabral. Foi colado no ex-deputado Eduardo Cunha e, também, ao partido do qual é presidente, o mesmo PSC de Witzel,  e que abrigou por anos a família do presidente Jair Bolsonaro.


Pastor Everaldo batizando Bolsonaro

Para além de sua ligação com a religião, sua maior aventura na política foi disputar a Presidência em 2014 ficando na quinta colocação, com 780 mil votos. Já sua grande cartada até então havia sido a invenção do “poste” Witzel na surpreendente eleição de 2018, quando contrariando todas as pesquisas eleitorais o ex-juiz derrotou Eduardo Paes. Pastor da Assembleia de Deus em Madureira, chefiada pelo Bispo Manoel Ferreira, Everaldo ganhou fama no meio político por ser considerado pragmático, organizado e tenaz. Ele se filiou ao PSC em 2003 e fez crescer exponencialmente o número de deputados eleitos depois de ter assumido o comando da legenda. Como dono do partido, ele comprou a ideia da candidatura de Witzel quando ela era tratada como uma piada e aparecia com apenas 1% das intenções de voto. Hoje se tornou um articulador da relação com o Legislativo do Rio.
Com espaço amplo na gestão de Witzel, o presidente do PSC tem influência no Detran e ainda emplacou o filho, Filipe Pereira, como assessor especial do governador. Também é responsável pela indicação de Carlos Braz, filho de um obreiro da igreja para a diretoria do Interior da Cedae, responsável pelas obras da Chison.
O pastor já havia sido citado na Lava-Jato por um executivo da Odebrecht Ambiental. Ele teria recebido R$ 6 milhões para favorecer Aécio Neves no debate presidencial de 2014, quando foi candidato ao Planalto. De um tempo para cá, após as operações que miraram o entorno do governador, Everaldo tem tomado distância do Palácio Guanabara e causou suspense em comentários nas redes sociais dando indiretas com mensagens bíblicas para Witzel.

Carro da PF em frente ao apartamento do pastor no Rio

Um dos motivos das rusgas entre Everaldo e Witzel teria como pivô o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão, também alvo da Lava-Jato. Considerado braço direito do governador desde os tempos em que dividiam o mesmo escritório de advocacia, Tristão demitiu indicados do pastor no governo. Ele foi exonerado após as investigações da Lava-Jato indicarem ligação entre ele e Mário Peixoto, um dos cabeças do esquema de desvios na saúde.


 Wilson Witzel foi afastado do cargo por 6 meses
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