domingo, 7 de junho de 2020

TVs CATÓLICAS OFERECEM APOIO AO PRESIDENTE BOLSONARO EM TROCA DE VERBAS PÚBLICAS

Como não bastasse os milionários pastores evangélicos - que já são beneficiados pelo atual presidente, agora são os religiosos católicos. Na Bíblia não há nenhuma menção de que Jesus Cristo, em sua evangelização, procurou por ouro ou prata. Confira no link abaixo, segundo a  revista americana "Forbes", os pastores mais ricos do Brasil. O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus e que possui uma fortuna de R$ 300 milhões de reais, chegou a ameaçar a revista americana dizendo que iria processá-la. Contudo, desistiu. Ele teria que fazer a denúncia nos Estados Unidos, país sede da revista "Forbes", onde a justiça, além de rigorosa, não é de "poupar" líderes religiosos. Já a Igreja Católica, ao redor do mundo, teria um patrimônio estimado em U$$ 7 trilhões de dólares.
https://m.msnoticias.com.br/editorias/geral-ms-noticias/edir-macedo-e-o-pastor-mais-rico-do-pais-com-fortuna-avaliada-em-r-2/85358/
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Presidente Jair Bolsonaro

A queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro tem atraído propostas de alianças em troca de recursos públicos. Uma das mais tentadoras partiu de padres e leigos conservadores que controlam boa parte do sistema de emissoras católicas de rádio e TV ligados à ala opositora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dentro da Igreja, prometendo "mídia positiva" para ações do governo na pandemia do novo coronavírus. Pediram em contrapartida, porém, anúncios estatais e outorgas para expandir sua rede de comunicaçãoA proposta foi feita no dia 21 de maio, em videoconferência com a participação de Bolsonaro, sacerdotes, parlamentares e representantes de alguns dos maiores grupos católicos de comunicação, no Palácio do Planalto. A reunião foi pública e transmitida pelas redes sociais do Planalto e pela TV Brasil. Na "romaria virtual", o grupo solicitou acesso ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e, principalmente, à Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). Dona do quinto maior orçamento do Executivo, a Secom tem R$ 127,3 milhões em contratos com agências de publicidade. Bolsonaro prometeu tratar pessoalmente do assunto. Um dos pedidos mais explícitos foi feito pelo padre Welinton Silva, da TV Pai Eterno, ligada ao Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO)Silva afirmou que a emissora, há um ano no ar, passa por dificuldades e espera uma aproximação com a Secom para oferecer uma "pauta positiva das ações do governo" na pandemia da covid-19. "A nossa realidade é muito difícil e desafiante, porque trabalhamos com pequenas doações, com baixa comercialização. Dentro dessa dificuldade, estamos precisando mesmo de um apoio maior por parte do governo para que possamos continuar comunicando a boa notícia, levando ao conhecimento da população católica, ampla maioria desse país, aquilo de bom que o governo pode estar realizando e fazendo pelo nosso povo", disse o padre. "Precisamos ter mais atenção para que esses microfones não sejam desligados, para que essas câmeras não se fechem."


Padre Welinton Silva / TV Pai Eterno

O padre e cantor Reginaldo Manzotti, da Associação Evangelizar é Preciso, com rádios e TV próprias, cobrou agilidade e ampliação das outorgas e destacou o contraponto que os católicos podem fazer para frear o atual desgaste na imagem de Bolsonaro e do governo. "Nós somos uma potência, queremos estar nos lares e ajudar a construir esse Brasil. E, mais do que nunca, o senhor sabe o peso que isso tem, quando se tem uma mídia negativa. E nós queremos estar juntos", disse Manzotti, dirigindo-se ao presidente da República. 



Padre Reginaldo Manzotti / TV Século 21

O empresário João Monteiro de Barros Neto, da Rede Vida, afirmou que "Bolsonaro é uma grande esperança". Declarou, ainda, que veículos católicos precisam ser "verdadeiramente prestigiados". Barros Neto pediu não apenas mais entrevistas, como também a participação do presidente em eventos promovidos por católicos. "A Rede Vida é a quarta maior rede de TV digital do País, mas, para que possamos crescer, precisamos ter mais investimentos", argumentou ele.
João Monteiro Neto/ Rede Vida

Emissoras de TV ligadas a grupos religiosos receberam no ano passado R$ 4,6 milhões em pagamentos da Secom por veiculação de comerciais institucionais e de utilidade pública. Os veículos católicos ficaram com R$ 2,1 milhões e os protestantes, com R$ 2,2 milhões. Em 2020, emissoras de TV católicas receberam, até agora, R$ 160 mil, enquanto as evangélicas, R$ 179 mil, de acordo com planilhas da Secom. O encontro virtual foi intermediado pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), com a Frente Parlamentar Católica. O deputado frequentava grupos de oração da Renovação Carismática Católica. Enciumado com o acesso da Frente Parlamentar Evangélica ao Planalto, o presidente da bancada católica, deputado Francisco Jr. (PSD-GO), pediu que o presidente promova, mensalmente, um café da manhã de conversa e oração com eles"Estamos um pouco enciumados. Nós somos a maioria e a maioria é que ganha eleição sempre", alegou Francisco Jr., para quem as pautas da bancada "têm a cara de Jair Bolsonaro." O deputado Diego Garcia (Podemos-PR) afirmou, por sua vez, que a bancada quer fortalecer o governo. "O senhor pode contar 100% nas matérias pertinentes em apoio ao governo", disse Garcia a Bolsonaro.
Já o deputado Eros Biondini (Pros-MG) afirmou que há "empresários católicos alinhados com o governo" interessados em investir no Brasil e defendeu a liberação de verbas para entidades filantrópicas do setor que mantêm unidades de saúde. A Rede Católica de Rádio possui oito geradoras que distribuem conteúdo para mais de mil emissoras e transmitem em cadeia para cerca de 430 delas. O sistema de TV também é expressivo. No Brasil, há nove emissoras católicas de TV, geradoras de conteúdo: Aparecida, Nazaré, Imaculada, Horizonte, Pai Eterno, Rede Vida, Canção Nova, Século 21 e Evangelizar - as três últimas ligadas a movimentos da Renovação Carismática Católica. Contudo, as três primeiras emissoras católicas citadas na reportagem (Aparecida, Nazaré e Imaculada), atendendo as recomendações da CNBB e da OMS não participaram da videoconferência. Ao contrário das demais, elas são a favor do isolamento social por causa da pandemia do coronavírus e contrárias a atos antidemocráticos, contrariando apoiadores e as ações e atitudes "sombrias" do próprio presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Já a Rede Vida, a maior delas, tem na grade programas de ícones do movimento, como O Terço Bizantino, do padre Marcelo Rossi, e o Rede Vida Sertaneja, do padre Periquito. Na videoconferência com Jair Bolsonaro, o padre João Henrique, da Aliança de Misericórdia, descreveu o presidente como alguém que enfrenta uma "batalha espiritual" que exige "armas espirituais". "A gente se identifica muito com as batalhas que o senhor está travando, somos muitos na Igreja Católica que oramos pelo senhor. Sentimos saudade do senhor. A Igreja Católica quer abraçar o seu filho e desejaria tê-lo mais próximo e mais atuante dentro da Igreja", insistiu.

Padre João Henrique / TV Aliança de Misericórdia

O flerte entre Bolsonaro e veículos de comunicação católicos simpáticos ao governo representa uma investida do Planalto na divisão latente na Igreja. De um lado, conservadores alinhados ao governo, principalmente aqueles ligados à Renovação Carismática Católica e, de outro, progressistas e críticos do bolsonarismo vinculados à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Alguns episódios recentes marcaram uma escalada no tensionamento. A presença constante do presidente em manifestações antidemocráticas e a posição dele contrária às recomendações sanitárias no combate à pandemia da covid-19 fizeram a CNBB elevar o tom contra o governo e dizer que Bolsonaro "ameaça a saúde" e perdeu "credibilidade" social. Entidades ligadas ao episcopado (Vaticano) chegaram a defender o impeachment do presidente. Lembrando que a igreja católica teria uma fortuna estimada em U$$ 7 trilhões de dólares. Padres identificados com os movimentos de leigos - (católicos praticante não ordenados) conservadores e carismáticos, por outro lado, se aproximaram do PlanaltoAs informações foram reveladas com exclusividade ontem pelo jornal "O Estado de São Paulo". Procurados pelo editor de jornalismo do MAIRINCKNEWS, os religiosos católicos citados na reportagem não quiseram se pronunciar.

"A Igreja Católica não faz barganha", diz nota de esclarecimento da CNBB

Em nota divulgada à imprensa pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de sua Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, juntamente com a SIGNIS Brasil e a Rede Católica de Rádio (RCR), associações de caráter nacional que reúnem as TVs e rádios de inspiração católica do Brasil, informam que “não organizaram e, tampouco, tiveram qualquer envolvimento com a reunião entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, representantes de algumas emissoras de TV de inspiração católica e alguns parlamentares” como reportou, com exclusividade, o jornal "O Estado de São Paulo". As organizações informam também que “nem ao menos foram informadas sobre tal encontro”. O documento esclarece também que “as emissoras intituladas ‘de inspiração católica’ possuem naturezas diferentes. Algumas são geridas por associações e organizações religiosas, outra por grupo empresarial particular, enquanto outras estão juridicamente vinculadas a dioceses no Brasil. Elas seguem seus próprios estatutos e princípios editoriais. Contudo, nenhuma delas e nenhum de seus membros representa a Igreja Católica, nem fala em seu nome e nem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que tem feito todo o esforço, para que todas as emissoras assumam claramente as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”Sobre a reunião, as organizações que assinam a nota de esclarecimento, afirmam ter recebido com estranheza e indignação a notícia sobre a oferta de apoio ao governo por parte de emissoras de TV em troca de verbas e solução de problemas afeitos à comunicação. “A Igreja Católica não faz barganhas", principalmente com políticos. No entanto, a Igreja Católica sempre esteve e estará aberta ao diálogo e que estabelece relações institucionais com agentes públicos e os poderes constituídos por vias democráticas, pautada pelos valores do Evangelho e nos valores republicanos, éticos e morais”, diz o texto.


MAIRINCKNEWS

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