quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ministro Joaquim Barbosa é empossado como presidente do STF (Supremo Tribunal Federal). A presidente Dilma Rousseff, autoridades políticas, familiares, atores e cantores participaram da cerimônia. Filho de dona de casa e pedreiro, Barbosa é o primeiro presidente negro da Suprema Corte do Brasil.

Confira imagens da posse de Joaquim Barbosa
http://glo.bo/UrZc2R
BrasiliaCom a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, o ministro Joaquim Barbosa foi oficialmente empossado como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) por volta das 15h30 desta quinta-feira. Com o feito, ele se tornou o primeiro negro a comandar a mais alta corte do País. A solenidade ocorreu em um plenário lotado, com quase 2 mil convidados, que incluiu, além de representantes e chefes dos demais poderes, celebridades como atores e cantores. "Joaquim Barbosa é um paradigma da cultura, da coragem, da honradez", afirmou o ministro Luiz Fux na cerimônia.
Junto com Barbosa, foi empossado como vice-presidente do STF o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão. A solenidade também reuniu governadores como Agnelo Queiroz (Distrito Federal), Jaques Wagner (Bahia), Geraldo Alckmin (São Paulo), Antonio Anastasia (Minas Gerais) e Ricardo Coutinho (Paraíba); ministros de Estado, entre eles José Eduardo Cardozo (Justiça) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União); e ex-ministros do STF, como Ellen Gracie, Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto, antecessor de Barbosa na presidência. Britto se aposentou compulsoriamente no último domingo depois de completar 70 anos de idade. Por Silvano Ribeiro

Eleições 
O ministro Joaquim Barbosa foi eleito no dia 10 de outubro. A eleição dos presidentes do Supremo segue um acordo que já virou tradição. Os ministros escolhem o mais antigo da Corte e que ainda não tenha ocupado o cargo e, o segundo mais antigo, é aclamado como vice. Contudo, o perfil aguerrido de Barbosa suscitou suspeitas de que o acordo poderia ser quebrado desta vez.
Biografia 
Mineiro de Paracatu, Joaquim Barbosa chegou ao Supremo em 2003, indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por ironia do destino, sua cadeira na Corte foi negociada pelo advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, defensor de poderosos em Brasília, inclusive do publicitário Duda Mendonça, réu no processo do mensalão. Kakay levou o nome de Barbosa a ninguém menos que José Dirceu, a quem o ministro condenou por corrupção ativa pelo envolvimento no esquema de compra de apoio político durante o primeiro mandato do governo Lula.
Barbosa é o primogênito de oito filhos de um pai pedreiro e uma mãe dona de casa. Aos 16 anos foi para Brasília, arranjou emprego na gráfica de um jornal e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público. Obteve o bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, fez mestrado em Direito do Estado.
Prestou concurso público e foi aprovado para o cargo de procurador da República, durante a gestão do ex-ministro Sepúlveda Pertence como procurador-geral da República. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por quatro anos, tendo obtido seu mestrado em Direito Público pela Universidade de Paris-II em 1990 e seu doutorado em Direito Público pela mesma universidade em 1993.
Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Joaquim Barbosa toca piano e violino desde os 16 anos de idade, mas não pode mais exercer sua grande paixão, o futebol, por causa de uma sacroileíte, uma inflamação na base da coluna que o obriga a revezar cadeiras no plenário para suportar as dores. O ministro passa a maior parte das sessões em pé e movimentando-se ou recostado sobre à cadeira. Além disso, passou a se licenciar com frequência.
Embora se diga que ele é o primeiro negro a ser ministro do STF, ele foi, na verdade, o terceiro, sendo precedido por Hermenegildo de Barros (de 1919 a 1937) e Pedro Lessa (de 1907 a 1921). AE e MAIRINCKNEWS

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